Josué Gonçalves de Araújo foi um dia convidado
para uma
palestra na Academia Estudantil de Letras do Colégio Padre Antonio
Vieira. Uma sala repleta de adolescentes com fardões, imitando
os rituais da ABL. Recepcionado por um grupo de alunos posicionados
sobre um cenário, teve início de imediato uma apresentação
teatral de seu até então único conto, Os
Fariseus da Catedral.
Terminada a apresentação, emocionado,
ele não tinha mais idéia de como realizaria a palestra.
Até aquele momento ele havia escrito apenas romances.
A partir daquele dia, passou a sonhar com contos.
Certa vez, entrou num vagão do metrô e notou à sua
frente um velhinho que cochilava sobre o banco cinza, reservado para
as pessoas com restrições de mobilidade. Uma linda jovem
sentou na segunda vaga do banco cinza. Pintou a inspiração;
transformou a jovem em uma personagem e escreveu o seu segundo conto
Não julgueis.
Um portal parecia ter-se aberto para o palácio das musas,
pois os contos vieram em fila, como bois seguindo uma trilha para o
bebedouro. O conto Apagando as Pegadas foi o último,
e o que mais o sensibilizou...
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