O Formigueiro

Início:


Os Ovos

Bárbara é uma menina que nasceu e viveu no.campo. Foi criada ouvindo os cacarejos dos galos e tirando o leite das vacas. Seus pais eram donos de uma pequena fazenda e conseguiam o que precisavam para viver plantando e cuidando dos animais. A menina ia para a escola e não se empenhava muito nos estudos, já que seu futuro era cuidar da fazenda que era de seus pais. Ela ficava felicíssima quando chegava o fim de semana, quando ela ficava em casa cuidando dos animais.

Durante um fim de semana, enquanto ela checava os poleiros das galinhas, como fazia toda manhã, Bárbara viu que elas não haviam colocado nenhum ovo. Isso era estranho, já que as galinhas sempre colocavam ovos. Ela foi avisar o pai.

– Pai, as galinhas não puseram nenhum ovo!

– Deve ser alguma doença. Vou chamar o veterinário.

Mesmo depois de o pai ir ao telefone chamar o veterinário, Bárbara não ficou convencida. Era muito estranho uma doença infectar todas as galinhas do galinheiro.

Ela voltou ao galinheiro e inspecionou o solo em busca de pegadas de um possível ladrão de ovos. Infelizmente, nada foi encontrado. Era como se o ladrão viesse voando ao galinheiro. Bárbara começou a achar que era mais plausível a hipótese de ter sido uma doença.

De tarde, o veterinário chegou. Ele foi ao galinheiro e inspecionou todas as galinhas, e nenhuma delas tinha doença alguma Isso pareceu mais misterioso para a família de Bárbara. Esta ficava cada vez mais intrigada. “Como os ovos sumiram do nada?”, pensava

No dia seguinte, os pais de Bárbara já haviam esquecido o caso dos ovos. Afinal, na manhã seguinte, as galinhas produziram ovos normalmente. Entretanto, a menina continuava curiosa, porque tinha esse jeito de querer saber onde as coisas iam terminar. A vida no campo era calma, e esse mistério criava um pouco de emoção.

O resto do dia foi normal. De noite, Bárbara ainda pensava no mistério, mesmo sabendo que no dia seguinte tinha que ir à escola. Para Bárbara, eram aulas chatas. Para ela, a escola tinha pouca importância. Só tinha que aprender a ler e a contar para administrar uma fazenda. Durante as aulas, seus pensamentos voavam no mistério dos ovos desaparecidos.

No meio da semana, antes de ir à escola, Bárbara foi tirar o leite das vacas para tomar o café e aí ir para a escola. Ela foi ao estábulo e começou a ordenhar as vacas. Ao encher um balde, voltou para casa, onde faria o seu café. Durante o caminho, percebeu que o balde estava furado e estava pingando leite. Então, se apressou para chegar à casa, quando ouviu um barulho vindo de trás de uma árvore. Largou o balde e foi ver o que era. Quando espiou atrás da árvore, escutou um zumbido atrás dela e o balde sumiu.

Era mais alguma coisa da fazenda que havia sumido. Isso intrigava ainda mais Bárbara. Ela começou a se perguntar o que ia fazer, quando viu um rastro de terra molhada à sua frente. O balde furado havia deixado um rastro na terra.

A menina seguiu o rastro. Ela ia chegar atrasada à escola, mas nem ligava. Além de dar pouco valor à sua educação, o mistério estava intrigando-a.

Bárbara seguiu o rastro até chegar a um barranco, onde a trilha de terra molhada acabava. Ela ficou irada. Não ia conseguir descobrir quem estava roubando as coisas da fazenda. Para conter a raiva, pegou uma pedra e a jogou contra o maldito barranco, que acabara com a sua diversão. A pedra, quando atingiu o barranco, fez um buraco. A menina achou estranho e começou a ampliar o buraco que a pedra formara. Acabou descobrindo uma toca, por onde ela poderia passar.

Bárbara nem pensou duas vezes e se enfiou no buraco. Ao longo dele, o túnel aumentava de tamanho. Chegou uma parte em que ela conseguia ficar de pé. O que ela fez, e começou a andar em direção ao fim do buraco.

A cada passo que dava, ficava mais e mais eufórica. Nenhum animal conhecido podia fazer um buraco daquele tamanho. Ela esfregava as mãos com gosto, só imaginando o que poderia encontrar no fim do túnel.

A partir de certo ponto do caminho, começou a aparecer uma luz. Bárbara apertou o passo e descobriu o que era. Eram cogumelos fosforescentes, que cresciam ao longo do túnel. O caminho melhorou bastante, já que agora estava iluminado.

Bárbara chegou a uma parte em que o túnel se tornou um local amplo e bem iluminado, devido aos cogumelos. A situação se tornou muito mais cômoda. Entretanto, isso durou pouco, pois logo a menina se viu num labirinto de outros túneis. Bárbara não sabia mais para onde ir. Foi quando se lembrou da trilha de leite. Por sorte, o chão ainda estava marcado pelo leite.

O leite apontava para o túnel do centro, que foi onde Bárbara entrou. Depois de um tempo caminhando, ela encontrou um salão muito maior que o primeiro. Havia muitos cogumelos lá, que revelavam o que havia no salão: uma formiga negra gigante, com um abdômen imenso que Bárbara, escondida na entrada, notou sem ser vista. Em sua cabeça, havia uma coroa de ouro incrustada de joias das mais diversas cores. Nos pés da formiga gigante, uma formiga esbranquiçada muito menor, com asas, que segurava um balde. Provavelmente, fora aquela que roubara o leite. Bárbara e ouviu a conversa delas.

– Como vai a exploração da nova espécie que encontraram? – disse a formiga gigante.

...