Holismo, Homeopatia, Alquimia
Uma Sincroniciade para a Cura


Entrevista:

Dada pela Dra. Míria de Amorim
à Caravansarai


Pelo que pudemos depreender do seu livro, você está propondo um novo enfoque no tratamento homeopático. É claro que este enfoque é amplamente explicado no livro, mas você poderia sintetizá-lo aqui?
Sim, esse estudo epistemológico abre um novo enfoque no tratamento homeopático, traçando um paralelo entre o que é abordado hoje pelos físicos quânticos sobre nosso padrão de rede intrínseco, os centros consensuais de consciência ou chakras e seus elementos correspondentes, os quais desde a antigüidade eram usados pelos mestres alquímicos. Dessa forma, essa concepção homeopática não depende mais da especificidade, o que vem abrir uma perspectiva nova, não só na clínica médica como também na possibilidade de se abrir pesquisas de laboratório no duplo cego.
O seu livro é dirigido especificamente a médicos e pessoas com um certo grau de conhecimento científico elevado ou é facilmente "digerível" por pessoas não especializadas?
Como se trata de um assunto bastante polêmico, foi necessária uma revisão científica em profundidade em alguns capítulos, o que é contrabalançado nos demais por uma abordagem psicológica sobre por que adoecemos, as leis de cura, os saltos quânticos de consciência e testemunhos de cura, que são bastante esclarecedores para todos os leitores. Escrevi um livro que pudesse abranger não só os profissionais de saúde, mas também abrir espaço para que todas as pessoas tivessem direito a este tipo de informação, conscientizando a abrangência do tratamento homeopático em suas vidas.
Considerando que o ser humano não é uma máquina e que até a medicina tradicional alopática radical e supressora já admite as doenças de fundo nervoso ou emocionais, o holismo não seria óbvio? Porque ainda existem, nos dias atuais, médicos clínicos tradicionais que se limitam a examinar o paciente, solicitar inúmeros exames, examiná-los e, em função dos resultados obtidos pelo "paciente cliente", prescrever medicamentos que atuam apenas na parte física?
Como eu cito em vários trechos do livro, o holismo sempre foi óbvio, desde a mais remota antigüidade, quando Hermes Trismegisto, no Antigo Egito, já traçava as relações entre os campos sutis que chamava de alma e o que observamos como manifestação física.

Essa é a grande questão desse mundo que vivemos. Os médicos falam todo o tempo nas questões emocionais e profundas, mas só medicam o corpo. Por outro lado não acreditam na homeopatia, mas a recomendam para os casos alérgicos. Então as coisas só existem nos momentos de conveniência, pois é muito complicado admitir a existência dos campos sutis.

Em sua grande maioria as pessoas têm muito medo de si mesmas, do desconhecido conhecido que abrigam, e acham um tanto perigoso admitir as verdades. Por isso, na atualidade, a incoerência ainda é a grande mãe desse mundo.
A água não só conserva como acentua as propriedades de uma substância que nela foi dissolvida até desaparecer. Este é o conceito da memória da água, um dos princípios fundamentais da homeopatia. Quais seriam, a seu ver, as razões das experiências realizadas pela revista "Nature" não terem confirmado este conceito?
As duas publicações, a primeira a favor e a segunda contra a memória da água, foram publicadas pela "Nature": a primeira em junho de 88/vol/333, onde se descreve um experimento científico sobre a memória da água, foi estabelecido sobre rigorosas condiçòes experimentais, com um duplo cego envolvendo seis laboratórios de quatro países e treze cientistas de renome, tendo como responsável J. Benveniste. Usando provas físicas e bioquímicas, atravessaram meses para comprovar a existência de um campo de atividade capaz de transcrever a molécula original em termos de padrões dinâmicos.

Foi demonstrado que em diluições de anti-IgE acima de 1x10 elevado a 120 (muito acima do número de Avogadro), ocorria degranulação dos basófilos, apesar da calculada ausência de algum anti-IgE nestas altas diluições. Com isto comprovaram que havia transmissão de informação, gerando um campo de atividade capaz de imitar as propriedades da molécula original.

Comprovaram ainda que em outros solventes como o dimetilsulfoxido não havia transmissão dessa informação, e que à medida que a água era adicionada, aparecia um aumento das atividades nas altas diluições. Estabeleceram que as propriedades da água seriam semelhantes a uma fita magnética, já que, se não houver uma nova diluição, ela não registrará mais os novos padrões vibratórios.

É evidente que esse artigo criou uma tremenda polêmica, e ao que parece a "Nature" foi pressionada a uma investigação, claramente vergonhosa e suspeita, se analisarmos o fato de não ter sido convocado nenhum grupo, nenhum cientista, laboratório ou universidade responsável que se resposabilizasse por esta segunda análise. Dessa forma os investigadores desta pesquisa promovida pela "Nature"se resumem: num jornalista (especialista em teorias físicas), um segundo especialista em livros de literatura científica (não sabemos sua formação) e um tal de James, que é especialista em apurar truques de mágicas e paranormalidade (pasmem). A experiência se encontra descrita na Internet por um veterinário que trabalha na divisão de higiene de carnes e agricultura do Canadá, além de ser membro executivo dos céticos de Ontário (pasmem de novo).

Só nos resta saber que laboratório internacional os pagou para dizerem todas as asneiras que disseram em relação ao experimento. Quem leu com atenção os dois relatos observa claramente a distorção dos fatos.

Como uma pesquisa científica de várias universidades pode ser negada por um jornalista, um caçador de mágicos, um bom leitor de textos científicos, e um veterinário membro de uma associação de céticos?

O resto quem explica são os físicos contemporâneos, que depois disto já comprovaram experimentalmente este quinto campo, ou biocampo, que no caso da água torna-se essencialmente especial.

Para as devidas comprovações desse estranho relato, convido os leitores ao site: www.omphalos.net/files/healing e acessarem watermen.txt .
Considerando a polêmica mencionada na pergunta anterior, como este novo enfoque dado à homeopatia vem sendo recebido pela comunidade de médicos homeopatas? E pelos não homeopatas?
Por ter sido esse trabalho premiado no XXV Congresso Brasileiro de Homeopatia, em setembro de 2000, houve uma divulgação bastante expressiva no meio homeopático, ainda que com bastante reserva por parte de alguns segmentos. Voltamos à questão do novo, do incômodo na abertura de novas polêmicas e da necessidade de reavaliação de velhos conceitos.

Entretanto, nos meios alopáticos, essa abertura tem sido expressiva, com convites na UFRJ para conferências e abertura de laboratórios para experimentos científicos com a homeopatia.
Você consideraria correta a afirmação de que a homeopatia enfoca a saúde do ser humano como um todo e que a alopatia enfoca a doença? Ou seja, quando vamos a um médico alopático, estaríamos, ou já doentes, ou com a intenção de realizarmos um check-up capaz de descobrir uma doença que ainda não tivesse sinalizado a sua existência? E quando vamos a um homeopata, estaríamos com a intenção de descobrir o quanto de nós mesmos ainda podemos desenvolver em nosso caminho rumo à felicidade?
A primeira afirmação é correta; a alopatia induz o médico a olhar apenas a doença e não o doente. Da segunda afirmação eu discordo no segundo tópico, porque é exatamente o contrário. Em geral a pessoa que procura inicialmente a homeopatia é porque já correu tudo que é médico e não conseguiu resolver o seu problema de saúde mental, física ou emocional. Por isso pode-se afirmar que, se a homeopatia não tivesse um fundamento e uma terapêutica verdadeira não sobreviveria , em vista dos desafios que diariamente enfrenta nos dramas humanos. Depois que o paciente entra no contexto homeopático é que compreende que a medicina pode fazer por ele muito mais do que poderia anteriormente imaginar.
Todos queremos ser felizes, realizados tanto emocionalmente como profissionalmente. Quais as causas da aparente inércia de tantas pessoas com relação à sua própria felicidade? Porque razão este comportamento "normótico", que você bem explica em seu livro, é tão freqüente?
Porque a grande maioria dos seres humanos na atualidade está com seu biocampo suprimido por doenças mal curadas, por traumas não equacionados, ou por uma terapêutica alopática supressiva, que por não corrigir as causas promove maior desequilíbrio do sistema.

As problemáticas existenciais não conseguem um caminho interno criativo para que sejam devidamente elaboradas, compondo dessa maneira um modelo de desordem no campo sutil, que espelha na vida cotidiana a estagnação, a ausência de visão sistêmica da vida, gerando esse comportamento normótico, que expressa uma ausência de criatividade e de expressão verdadeira do ser.
Como você prevê que será a medicina neste século que se inicia? Se por um lado, as terapias "alternativas sérias" parecem tomar corpo, as recentes descobertas no campo da genética não causarão uma retomada da medicina "mecanicista", que passará a substituir genes "defeituosos" por genes "perfeitos", tal qual uma oficina mecânica?
Creio que as pesquisas vão tomar um vigoroso avanço em direção aos campos sutis, uma proposta muito mais interessante, já que nos convidará a desvendar os mistérios da vida. Por outro lado, trabalhando-se a partir de uma organização do biocampo, enxerga-se a vida com um maior respeito às Leis que regem o Universo.

É uma questão de mudança de paradigma, onde conclui-se que é muito mais vantajoso e inteligente se trabalhar nam atriz do que naquilo que foi transcrito a partir dessa matriz. Creio que o homem vai permitir num futuro próximo, que as naturezas curem as naturezas, entendendo que quando ele intervêm nesse processo, como acontece nos programas genéticos em curso, existirá sempre a ameaça de uma tragédia iminente.