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INTRODUÇÃO
O universo físico parece ser um holograma gigantesco
estando cada parte no todo e o todo em cada parte.
Ken Wilber
Nos dias de hoje é consenso emergente que toda a natureza consiste
de campos contínuos de um cosmos pleno de energia. Vivenciamos,
a partir de nossa percepção consciente, um mundo compartimentado,
um mundo de efeitos que, no paradigma atual, vem abrindo, em alguns
segmentos científicos, uma consciência da necessidade de
penetrarmos no Universo das causas e na expressão da totalidade.
Este é o tempo de uma retomada consciente em direção
ao
que sabemos ser inquestionável.
Uma nova epistemologia para este Universo participativo requer síntese
e dados experimentais que comprovem o princípio da correspondência
e da complementaridade entre as dimensões sutis e materiais da
existência.
No âmbito da Medicina, esses dados experimentais são rigidamente
cobrados,e todo o processo de pesquisa no campo da energia tem sido
abortado cientificamente, não se levando em conta os milhares
de relatos, em todo mundo, de curas realizadas através de uma
abordagem energética.
Não obstante, na Física Quântica e na Biologia,
este paradigma atual sobre os campos de energia tem sido amplamente
aceito e divulgado, promovendo um avanço significativo na consciência
deste cosmo vivo que nos enlaça. Resume o físico Amit
Goswami: o realismo materialista que hoje predomina na Medicina
postula um Universo sem qualquer significado espiritual, material, vazio
e solitário. Em resumo, vivemos em crise, não tanto uma
crise de fé, mas uma crise de confusão. Como foi que chegamos
a este deplorável estado? Quando aceitamos o materialismo como
a denominada visão de mundo.
Se a Medicina oficial, que tem como missão primordial cuidar
dos seres em sua totalidade, nega ostensivamente o essencial, o fator
determinante de todos os dramas que ela pretende resolver, pertinente
é concluir que a resultante desse processo seria o espetáculo
dramático das inversões a que assistimos na sociedade
atual.
À proporção que essa Medicina não admite
em sua base os fundamentos do domínio quântico, reflete-se
em sua terapêutica a ausência de uma percepção
integrativa. Resulta dessa visão uma atuação supressiva
sobre os campos interativos, um descaso cujo preço tem sido caro
para os seres que pagam com suas vidas e sua saúde a compensação
que a energia infalivelmente cobra, baseada nas leis de causa e efeito.
Evidencia-se, então, que a Medicina alopática marcha num
processo de crescente fragmentação, fixada e dogmatizada
numa visão mecanicista, orientada para o uso maciço da
tecnologia, e à margem de toda concepção sistêmica
da vida. Como dizia Morris Berman, esta visão materialista do
mundo exilou-nos do mundo encantado em que vivíamos no passado
e condenou-nos a um mundo alienígena.
Assim como a ciência investigou sobre as leis que governam a matéria,
da mesma forma, partindo de uma visão reducionista, negou o acesso
à compreensão dos processos intrínsecos interativos,
que governam os campos da criação. A questão é
que esses processos do mundo implícito seguem atuando, independentes
da abrangência de nossa percepção e, quando não
devidamente respeitados, promovem desequilíbrio, instabilidade
nos sistemas interligados, dissociações nas inter-relações
com o meio, doenças e toda sorte de distorções.
Curar sem a visão da totalidade significa suprimir. A supressão
resulta em um aprofundamento do desequilíbrio, indicando que
a distorção caminha em direção ao centro
do Ser, partindo do físico rumo aos campos emocional e mental.
Isso explica a insanidade que grassa no mundo nos dias de hoje, decorrente
da atuação sistemática de quimioterápicos,
cada vez mais potentes e eficazes em bloquear a expressão desse
campo interno.
A arte de curar é, antes de tudo, a arte de perceber, de estar
atento aos dois lados da dimensão da realidade. Dar-se conta,
como postulava David Bohm, de que este mundo, a que assistimos manifesto
ou da ordem explícita, deriva de um nível mais profundo
que só podemos conhecer indiretamente, denominado de mundo da
ordem implícita. Essa consciência não implica negar
toda a tecnologia que atingimos, mas saber adequá-la aos movimentos
internos desta essência inteligente que nos habita. Procurar compreender
e respeitar as ordenanças desses padrões intrínsecos
representa o berço da ética médica.

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