Ah! As montanhas! Como são diferentes entre si.

Umas são pequenas, outras são de tamanho médio e outras ainda são grandes.
Algumas são enormes. Tão altas que nem conseguimos ver seus cumes, pois vivem quase sempre escondidos atrás das nuvens. Algumas têm forma arredondada, outras são achatadas, como se um gigante tivesse se sentado em cima.
Umas são pontudas, como agulhas que quisessem furar o céu,
e outras, tentando ser diferentes, arranjaram uma forma meio quadrada.

Porém, quanto à cor, são meio monótonas, nunca mudam muito.
São verdes, marrons, cinzentas ou pretas. Nos países de muito frio, às vezes se cobrem com um xale branco de neve, mas nenhuma delas tem cor alegre ou engraçada.

Mas será que todas são assim? Se olharmos com bastante atenção, descobriremos no meio de todos esses morros e montanhas, serras e colinas, um grupo que passaria despercebido quanto à forma e o tamanho, porém quanto à cor... ah! elas têm uma cor extraordinária!
São cor-de-rosa.

São essas montanhas que nos interessam. Não por causa da bela cor que têm,
mas porque, exatamente no meio delas, estão situados dois países curiosos:
O Reino dos Birutas do Chapéu Pontudo e o Ducado das Meias Supersecas.

Estes dois países guerreiam entre si depois de tantos séculos que ninguém sabe mais o que causou a primeira batalha. Teria um Biruta Pontudo furado uma Meia? Ou o culpado seria uma Meia que havia dado um pontapé num Biruta? Ninguém se lembra. A briga começou há tanto tempo que todos acabaram se esqueceram do motivo inicial. Mas a zanga continuou a ser transmitido de pai para filho, e o quebra-quebra foi perdurando.

Não se passa uma semana sem implicâncias. Do Reino dos Birutas do Chapéu Pontudo partem soldados armados de regadores d'água com ordem de molhar as meias das Duquesas da Meia Superseca.

As Duquesas, não gostando de sentir seus pés molhados, enviam seus soldados armados de tenazes a fim de retirarem os pregos dos chapéus dos Birutas do Chapéu Pontudo. Os Birutas, irritados de perderem seus pregos, revidam enviando mais soldados armados de regadores, e assim eles continuam brigando e re-brigando, dia e noite sem parar.

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