Por Fátima Bernades
Eu
conheci o Eros em 1986, durante um curso de telejornalismo na TV Globo.
Foram três meses de aulas práticas e teóricas
que passaram muito rápido. O curso terminou em junho, quando
estava começando a Copa do Mundo do México. A partir
dali, cada um seguiu um rumo diferente.
De vez em quando, recebia uma ou outra notícia de alguém
que fez parte daquela turma. Era só reencontrar um do grupo
para surgir a pergunta:
Você se lembra do fulano?
Está em tal jornal.
E a beltrana?
Foi pra outro estado.
Foi assim que eu soube que o Eros estava no jornal O Globo.
E foi também graças a um amigo comum que descobri que
ele tinha se casado com a Claudia e que eles também tiveram
trigêmeos. Que coincidência!
Chegamos a nos encontrar, todos, numa festa de aniversário
de uma amiguinha, mas tivemos pouca chance de conversar, às
voltas com a correria de três crianças ou melhor,
de seis. Quando, então, o Eros me convidou para escrever o
prefácio deste livro, fiquei muito receosa. Fiquei pensando
que faltava intimidade... Eu não sabia o que poderia dizer
do João, da Clara e do Caio.
Mas foi só receber a primeira crônica para ver que eu
estava enganada. Foi fácil reconhecer o William e eu em muitas
das situações vividas por ele e a Claudia. O primeiro
ultrassom, o caos organizado das nossas casas, o burburinho, a sensação
de que o nosso espaço se transformou numa creche... e com festa
todo dia! Não é fácil ser pai e mãe de
primeira viagem, e logo de três. Mas é difícil
também controlar a vaidade e o orgulho de se sentir muito especial
exatamente por ter tido três filhos ao mesmo tempo.
A leitura de cada uma das crônicas é deliciosa e vai
agradar a quem tem três filhos, dois ou unzinho só. E,
principalmente, àqueles que olham para os filhos como uma grande
bênção.