Mulheres
A Violência Continua
Resenha:
"Pandemia". Foi com este alerta que o Secretário Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, definiu o atual surto de violência contra as mulheres em todo o mundo. Se acompanhamos os noticiários, dos Estados Unidos à Índia, do Brasil à Turquia, vemos uma onda de estupros, espancamentos e assassinatos se intensificar dia a dia e ameaçar a população feminina em seus mais elementares direitos. Este Mulheres - a violência continua, da pensadora e militante feminista Rachel Gutiérrez, é a resposta inteligente e provocativa para transformar as mentalidades e a indiferença a esse estado de coisas. Selecionando material de diferentes mídias, a autora refaz, com linguagem despojada e incisiva, relatos de atrocidades cometidas contra mulheres nos ônibus indianos, nas casas e becos brasileiros, aos quais anexa os artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos que foram violados. Estratégia
simples e eficaz: nossa consciência avalia instantaneamente a
distância entre os fatos e os princípios e perguntamos
por que, apesar dos avanços sociais e legais, as mulheres ainda
parecem pertencer a uma humanidade de segunda linha; ou por que os homens
surram suas companheiras; ou como é possível tolerar que
na África do Sul uma em cada quatro mulheres tenha sido estuprada. Escrito
no calor da hora, Mulheres - a violência continua é um
livro-manifesto e como tal interpela o presente para que um outro futuro
seja possível. Entre esses dois tempos deverá trabalhar
sem descanso a educação, único instrumento poderoso
o suficiente para alterar comportamentos, ao converter as falhas da
civilização em frutos da civilidade. Jair Ferreira dos Santos |