A Paulista que Bin Laden Matou

Neste seu quarto livro de prosa, Théo Drummond se revela, nos 10 contos que compõem o volume, um autor que vai buscar no dia-a-dia dos tempos atuais a inspiração para construir suas histórias às vezes líricas, mas também irônicas, amargas e cruéis.

Se existe nelas algo em comum, é o fato de que os personagens são sempre vítimas de um destino que, na maioria das vezes, é implacável e impiedoso.

Em "Aperturas na Avenida Brasil", ele nos mostra, com ironia, o drama por que passam as mulheres, vítimas habituais do assédio imoral dos aproveitadores, nas longas viagens em pé, nos corredores dos ônibus superlotados.

Em "O Homem que Não Fazia Anos", relata o sofrimento do idoso que vai em busca de uma informação e constata, por tudo que passa nos corredores de uma repartição pública, que nada mudou no país.

Em "O Perdão", a busca de vingança leva uma velha mãe de família a uma atitude inimaginável.


A vida é uma mistura entre o real e a fantasia, e é incrível como ambos se completam. Quando a memória guarda acontecimentos que a marcaram, num momento qualquer eles retornam, nítidos, como se quisessem ser revividos numa história.E quando isso, de fato, acontece,quem escreve se convence de que a vida é mesmo feita da fantasia e do real.

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