Carioca do bairro do Irajá, OSVALDO Ferreira NUNES FILHO (1934), autodidata a partir da infância, aprendeu música ouvindo bons pianistas e estudando métodos que adquiria no mercado. A estréia profissional foi em 1952, no Clube Transmontano, na Tijuca. O primeiro contrato do pianista na noite carioca, no mesmo ano, na boite Balalaika, em Copacabana, levado pelo violonista Neco (Daudeth de Azevedo). Em seguida, se apresenta no Plazablanca, na Urca, e no Pigalle, em Copacabana. Atuou com grandes músicos na noite carioca, entre eles o violonista Bola Sete e o flautista Copinha. Integrou os conjuntos do grande Luiz Americano (1957) e do argentino Julio Pardo, no início dos anos sessenta. Entre os astros com quem trabalhou estão Nelson Gonçalves, Jamelão, Blecaute, Risadinha e Gregório Barrios. No âmbito da música erudita, o barítono Nelson Ferraz no Rio e em Hamburgo, na Alemanha. Conviveu com o genial pianista e compositor de vanguarda Newton Mendonça (1927-1960), amigo que o indica, em 1960, para ser o pianista do legendário Ma Griffe, no Beco das Garrafas, para acompanhar a polêmica cantora Dora Lopes. Filiado ao Sindicato dos Músicos do Rio de Janeiro (atualmente, sócio remido), é um dos fundadores da Ordem dos Músicos do Brasil (OMB). Em 1961, já casado com a cantora Eny Duarte (1937-2000), transfere-se para São Paulo, trabalhando em diversas casas na capital e em Santos, onde atua com o baterista Milton Banana. De volta ao Rio, em 1962, cumpre temporadas no Golden Room do Hotel Copacabana Palace e na boite Fred's, alternativamente, no show de Carlos Machado e Oscar Ostern, O teu cabelo não nega, uma homenagem a Lamartine Babo. Em 1970, segue para a Europa, onde permanece por dez anos, divulgando a música brasileira, em milhares de apresentações com Eny Duarte. Excursiona também pelo Oriente Médio e África. Na Europa, reside e trabalha em Portugal, Alemanha, Dinamarca e França. Em Paris, escreve partituras na Symphonie Royale, editora musical e fábrica de discos, trabalho que, mais tarde, na década de 1980, também irá desenvolver na SBACEM-SP (Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música), à qual é filiado desde 1956. Ainda, na capital francesa, fez arranjos para shows e gravações das vedetes brasileiras Jane de Castro e Valéria. Visita o Brasil em duas oportunidades, numa delas atuando como pianista do Le Roin Point, bar do Hotel Méridien, em Copacabana, revezando com o pianista Fat's Elpídio. Em 1983, retorna definitivamente ao País, quando, levado por Ibrahim Sued, será, por oito anos, o pianista do memorável restaurante carioca Le Bec Fin. Nessa época e durante dois anos, foi o pianista do famoso "Almoço com os Artistas", no Edifício da Bloch, no Rio. Em 1991, é contratado para ser o pianista do Paissandu Atlético Club, no Leblon, onde permanece até hoje. Em 1998, toca no Rio Palace, atual Sofitel. No ano de 2000, inaugura a Sala Vip da Varig, no Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, onde trabalha por dois anos e meio. Em 2003, se apresenta, no Rio, no Projeto Café Concerto Sarau, com show sobre a obra de Custódio Mesquita, ao lado da atriz Maria Pompeu, no Teatro Gláucio Gil, espetáculo que passa integrar, no mesmo ano, a Ciranda de Espetáculos, da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Apresenta-se, também, no restaurante Le Blason, da Casa de Arte e Cultura Julieta Serpa, no Flamengo, e no Clube Monte Líbano, na Lagoa. Osvaldo
Nunes Filho, também conhecido como Osvaldinho, é compositor
de dezenas de músicas, quinze delas gravadas entre 1956 e 1969,
pelas cantoras Belinha Silva, Alzirinha Camargo, Roseli e Eny Duarte.
Em 1967, foi finalista no concurso Dez milhões por uma canção,
um cantor por dez milhões, promovido pela Rede Globo de Televisão,
com a música Canção da saudade, defendida por Luciene
Franco, quando recebeu o Troféu Francisco Alves. |