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INTRODUÇÃO
A
relação ensinante x aprendente é tão rica
que, se pararmos para voltar nossos olhos para o passado e analisar
o vivido, poderemos constatar a intensidade de emoções
que experimentamos no decorrer do túnel educacional por que passamos.
Entende-se por ensinante e aprendente os papéis sociais que podem
ser desempenhados tanto pelo aluno como pelo professor na sala de aula,
proporcionando um espaço de construção de saber.
Quem não se lembra daquele professor de bem com a vida? E daquele
que só dava aula lendo sua fichinha? E do outro que vibrava ao
ver seu diário cheio de notas vermelhas? É... Infelizmente
nos deparamos, todos nós, com professores e professores.
Como assinala Rubens Alves (1993): existem professores jequitibás,
verdadeiras fortalezas do saber, e professores eucaliptos, que na primeira
ventania sucumbem.
Encontramos no meio do caminho vários tipos de ensinantes, com
suas lideranças próprias: uns bem autoritários,
outros democráticos, e ainda outros laissez-faire. Estes deixavam
os alunos fazerem o que quisessem, sem regras, sem limites que lhes
permitissem construir estruturas morais, éticas firmes e coerentes,
distorcendo assim os princípios de atividade, criatividade, autoridade
e liberdade (Borges, 1994, p.49) e conseguindo, com isso, um espontaneísmo
total.
Nem tudo porém, está perdido. Com certeza, uma parte significativa
de alunos já teve o prazer e o privilégio de ter tido
ao menos um professor democrático, competente e questionador,
o que, com certeza traz lembranças muito boas e saudosas. Onde
estarão eles? Perderam-se no caminho? Como resgatá-los?
Ou seria melhor perguntar, seria possível reconstruí-los?
O que seria mais importante? Estabelecermos uma relação
positiva com os nossos alunos, ou esgotarmos o conteúdo programático
daquele ano letivo sem criarmos um espaço para a construção
de vínculos adequados?
O objetivo deste estudo é identificar e explicar os fatores de
uma atuação vincular positiva na prática docente
de primeira à oitava série do ensino fundamental, facilitando
o processo ensino-aprendizagem dos alunos.
O enfoque do estudo é preventivo, priorizando minimizar problemas
emergentes no processo ensino-aprendizagem, encontrados nas crianças
pelo professor ou pela escola.
Esta pesquisa justifica-se, inicialmente, pelos desencontros que se
vêem nas queixas sobre escolas x professores x alunos / produção
de saber.
Pretendemos ainda, possibilitar uma reflexão constante com o
corpo docente, para a construção de um espaço na
escola onde sejam desenvolvidos os princípios relacionados ao
ato de aprender Atividade, Criatividade, Autoridade e Liberdade
e sua relação com o conhecimento e desenvolvimento.
Justifica-se também, porque propomos favorecer a conscientização
e instrumentalização do professor, resgatando sua auto-estima
e o prazer na construção do conhecimento junto às
crianças.
A metodologia adotada é a abordagem qualitativa, e sua tipologia
é a pesquisa bibliográfica. O estudo será constituído
a partir dos estudos de Pichon Rivière, de Aglael Borges, de
Alícia Fernàndez e Jorge Visca.
Vale ressaltar que, por intermédio da pesquisa bibliográfica,
criamos a oportunidade de ressignificar os conteúdos, facilitando
assim a construção de uma atuação vincular
positiva por parte do professor.
O tema do estudo está centrado sobre: Os Vínculos Construídos
pelo Professor de Primeira à Oitava série do Ensino Fundamental
no Processo Ensino-Aprendizagem.
O que desejamos discutir é a possibilidade de reformulação
da visão de educação naqueles personagens comprometidos
com o ato de ensinar e o ato de aprender.
O problema é: como construir uma ação vincular
positiva na prática docente de primeira à oitava série
do ensino fundamental, facilitando o processo ensino-aprendizagem?
O professor será focalizado no primeiro capítulo, como
Construtor de Vínculos Positivos. Este enfoque fundamentaremos
em Pichon Rivière (1995), tendo como suporte a Teoria do Vínculo.
Neste estudo pretendemos assinalar a importância do vínculo
e a construção de um professor com uma ação
facilitadora.
No segundo capítulo refletiremos sobre os Vínculos e a
Aplicabilidade no Paradigma Luz Borges. Esta abordagem nos fará
refletir sobre o ideal e o real do nosso aluno, em termos cognitivos,
afetivos e sociais, tentando investigar o que eles (ensinantes
e aprendentes) sabem para depois buscar o que não sabem.
Visaremos assinalar, com isto, aspectos que permitirão ao professor
realizar o salto qualitativo em relação ao processo de
auto-reflexão de sua prática e ao processo de reorganização
da criança e do adolescente.
O terceiro capítulo é dedicado aos Radares Psico-pedagógicos
que norteiam uma atuação vincular positiva.
A proposta da pesquisa é favorecer o repensar do processo de
(re)construção do professor simultâneo ao processo
de construção do aluno.
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