No
processo doentio, perdemos a percepção da cosmovisão,
que nos possibilita acessar o que o Grande Mistério, em dimensão
absoluta de amor, colocou disponível como miríades de
possibilidades para nossas existências. Não nos damos o
privilégio de experimentar as Suas escolhas para nossas vidas.
Qual seria neste momento a melhor escolha do Grande Mistério
para cada um de nós? O que poderíamos estar experimentando?
Este é um espaço a ser aberto em nossas percepções
internas. O respeito parece ser uma equação representativa
nas leis naturais, pois o universo só permite a si mesmo nos
envolver com suas dádivas, a partir de nossa permissão
interna, nosso bilhete de acesso para o grande espetáculo da
vida.
A verdadeira perspectiva e sentido para o Salto de consciência
de cada um, visa, na dinâmica sistêmica, à condição
fundamental para um salto quântico coletivo, a fim de vivenciarmos
uma sociedade quântica. Sempre conto aos meus pacientes a história
sobre o sentido da vida, explicada pelo experimento cientifico dos macacos
numa ilha do Pacífico.
Conta-se que um grupo de cientistas, acompanhando através de
filmagens o comportamento de uma determinada espécie de macacos
numa ilha do Pacífico, percebeu, um dia, que um macaco jovem
certa vez descobriu que se lavasse as raízes na água do
mar, as batatas ficavam limpas e salgadas, tornando-se mais saborosas.
Tentou repassar o novo padrão de comportamento para os outros
macacos e foi escorraçado elos macacos velhos que rejeitaram
a idéia de saída. O macaco inicialmente ficou chateado,
mas, depois de um tempo, resolveu repassar a nova informação
para os macacos jovens e filhotes, que rapidamente foram incorporando
o novo padrão. Segue que, quando um número x de macacos
incorporou o novo paradigma, neste exato momento, todos os macacos desta
espécie, em todas as ilhas distantes e em todos os continentes,
passaram a ter exatamente esse padrão de comportamento.
O fenômeno é explicado por Rupert Sheldrake como ressonância
mórfica. Expressa claramente a única chance que a espécie
humana tem de dar um salto quântico coletivo, partir de uma massa
crítica, isto é, a partir de um número mínimo
de homens e mulheres conscientes, capazes de acionar essa ressonância
e resgatar os demais para níveis mais coerentes de consciência.
A única hierarquia na teia da vida é a consciência
de que os que são mais conscientes têm uma responsabilidade
especial pelos que estão menos conscientes. Esse conceito parece
definir a única hierarquia representativa para o Universo. Dessa
forma, o desânimo não é justificável diante
do caos. Por mais que ao redor tudo pareça não ter mais
saída, deve-se ter em conta que, de repente, podemos ser, qualquer
um de nós, a última pessoa necessária para completar
a massa crítica, que abrirá diante de nós o grande
salto quântico coletivo e social.
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